A conexão Varginha, ou, é difícil ouvir boa música mas ela existe
Texto
restaurado e reeditado
Comprei
por oito reais um par de protetores de ouvido Nexcare, da 3M. Está disponível
em farmácias e são muito úteis nesses tempos de vagabundagem musical, além, é
claro, de nos livrarem dos primatas que utilizam indevidamente, por exemplo,
celulares com rádio em transporte público.
Recomendo. São ótimos, minúsculos,
imperceptíveis, confortáveis.
É lógico que respeito o direito das pessoas comprarem
Michel Teló, Luan Santana, Thiaguinho, a picanha lamentavelmente falante
chamada Anitta e dezenas e mais dezenas de outros que navegam nos turbulentos
mares do baranguismo cultural. No entanto, prefiro não atirar pedras e buscar
opções.
Sempre foi assim. Historiadores dizem que desde que
“inventaram” a música popular, as mais cultuadas pelos povos são de péssimo
gosto. Aqui no Brasil, não há uma fase, um período de exceção. Primeiros
lugares sempre foram ocupados por barangas, mas fazer o que? Nada? O que é
isso? Vamos buscar as opções no chamado mercado alternativo que está sempre
cheio de coisas valiosas. No mainstream, vulgo esquemão, escapam, felizmente,
Tulipa Ruiz, Moska, Caetano, Gil e muito mais do que uma meia dúzia de todas as
gerações.
Para se ouvir boa música no rádio, antes da invenção do
streaming da internet, era uma luta. Hoje, você acessa www.radios.com.br e
escolhe uma entre milhares que são oferecidas no maior cardápio de opções
radiofônicas do mundo. Radios.com.br é sensacional e fica na cidade de Varginha
(MG), terra dos E.T.s. Tem radio de bossa nova, rock, blues, jazz, samba,
chorinho, notícias, efeitos especiais, tudo da melhor qualidade. É só dar um
clique. Tem de tudo, até transmissão ao vivo de sessões de chibatadas em países
que usam o chicote como punição legal. Em tempo, o E.T. virou símbolo da
cidade.
Destaque também para a Rádio Batuta, do Instituto
Moreira Salles (http://ims.uol.com.br/radiobatuta)
que traz o melhor da tradição da MPB e ainda a Radio Vitrola (www.radiovitrola.net)
com a nata de tudo que é bom em vários universos.
As cidades estão cheias de shows em circuitos
alternativos que revelam ótimos artistas. Vale conferir. Em outras palavras, da
mesma forma que a música ruim, chula, de baixa qualidade impera no chamado
esquemão, a música boa, limpa, gostosa, de todos os gêneros e estilos sempre
arrebentou e vai continuar arrebentando nos circuitos e mídias periféricas. É
só correr atrás.
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