“1973- o ano que reinventou a MPB” merece se tornar um best seller
O livro do produtor musical Célio Albuquerque, lançado
ontem (centenas de pessoas) na Livraria da Travessa do Shopping Leblon, merece
se tornar um best seller por vários motivos, a começar pela grande ideia de
reunir 50 ensaístas (entre eles, muito honrado, eu) que escreveram 431 páginas
sobre os discos de MPB mais importantes lançados no emblemático ano de 1973.
“1973- o ano que reinventou a MPB” foi lançado pela
Sonora Editora, do pesquisador musical Marcelo Fróes e, para mim, é leitura
obrigatória para quem se interessa por música brasileira de qualidade. Digo que
a obra vai ser, sim, um best seller por tudo o que ouvi das quase 500 pessoas
que lotaram a livraria na noite de ontem (entre elas Moraes Moreira, Roberto
Menescal, João Donato). Mais: o livro chega num momento especial, difícil,
complicado, bizarro da música brasileira que está assolada pela molambalização,
baixaria e outros conceitos ainda menos dignos.
Lembrar de épocas como 1973 foi uma grande sacada do
Célio, um viciado em qualidade como todos os ensaístas que estão à bordo deste
livro, que conseguiu reunir na Travessa os melhores jornalistas musicais do Rio
(e do país). Ou seja, a necessidade de ouvir ou de relembrar bons momentos, faz
de “1973- o ano que reinventou a MPB” uma iguaria necessária nesses tempos de
fome de qualidade que estamos vivendo.
Fiquei feliz em encontrar leitores que não conhecia e
para quem autografei o livro. Não só eu, mas evidentemente o Célio Albuquerque,
Nélio Rodrigues, Pedro Só e outros articulistas que deixaram na obra o seu
testemunho.
Testemunho de um tempo que mostrou que é permitido criar, ousar,
delirar, surfar as ondas da qualidade musical, sem medo, sem jabá, sem baixaria.
Célio Albuquerque está de parabéns pela organização do
livro, cujos textos são extraordinários. Marcelo Fróes merece aplausos por ter
colocado a sua Sonora editora à frente deste ousado movimento (sim, o livro é
sobre um “movimento” com nome de ano, 1973), em tempos de arrego editorial.
Best seller. “1973- o ano que reinventou a MPB” está “condenado”
a se tornar um, apesar de não ser de autoajuda ou de baixa literatura. Valeu
todo mundo!
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