Um artigo de Marcelo Delfino sobre as rádios Federal AM e a Fluminense FM
Ontem publiquei aqui um texto-homenagem a meu guru
Marcos Kilzer. Hoje, coincidência. Passeando pelo Google encontrei esse artigo
que fala da Federal AM de Marcos Kilzer e Jorge Davidson onde, para mim, tudo
começou em 1973.
Luiz
Antonio Mello: da Federal AM ao filme “A Onda Maldita”
Se
há um personagem que, mesmo sozinho, é verbete obrigatório na história do rádio
FM no Rio de Janeiro, esse alguém é o jornalista niteroiense Luiz Antonio
Mello. Basta citar as rádios pelas quais passou em sua carreira jornalística.
A
primeira foi a Federal AM 760, rádio rock que o grupo Bloch tinha entre 1972 e
1973, que era uma espécie de “FM no AM” e veio a ser depois a (hoje
cambaleante) Rádio Manchete. Depois LAM foi repórter de rua da Tupi AM 1280,
décadas antes dessa palhaçada de AM+FM. Nas reportagens da Tupi, LAM mostrava
“as veias abertas do Brasil”, segundo definição dele mesmo. Logo depois ele foi
um dos mais competentes repórteres da saudosa Jornal do Brasil AM 940, nos
tempos áureos da emissora.
A
virada na carreira de LAM veio em 1981, quando ele conseguiu um contato na
Fluminense FM 94,9, então um vitrolão abandonado e bancado pelo jornal
niteroiense O Fluminense. O contato era ninguém menos que o superintendente do
Grupo Fluminense e sócio do mesmo, Ephrem Amora. A proposta que ele e alguns
amigos* jornalistas levaram foi de fazerem um programa semanal noturno, chamado
Rock Alive.
Na
primeira reunião, Ephrem dizia que queria transformar a Fluminense FM numa
rádio romântica, uma rádio “com muito amor”, segundo o próprio. Amora chegou a
mostrar uns adesivos novos que mandara confeccionar. LAM e seus amigos foram
embora, tendo certeza que o Rock Alive jamais teria espaço naquela rádio.
Só
que o tempo virou, e pra melhor. Ephrem Amora chamou LAM e seus amigos* de
volta. E convidou LAM para ser o diretor geral da Fluminense FM.
O
resto da história que aconteceria na Fluminense FM entre meados de 1981 e março
de 1985 está contado com detalhes no livro A Onda Maldita, de Luiz Antonio
Mello. Aliás, o slogan 'Maldita' que a nova rádio rock do Rio ganhou em 1982
veio de uma vinheta sem música (só voz) gravada por LAM e seus amigos **, na
correria da véspera da inauguração. A rádio tinha alguns problemas técnicos
graves, de modo que eles tiveram que gravar todas as vinhetas da emissora nas
poucas horas que restavam da noite da véspera até a inauguração, às 6h do dia
seguinte, com a locução da então estreante Selma Boiron.
Depois
de deixar a Maldita, LAM teve passagens pela Globo FM (onde tentou fazer
algumas mudanças, fazendo da rádio uma emissora soft rock, mudanças abortadas
por vários gerentes influentes no SGR) e pela Rádio Cidade. Na virada dos anos
80 para 90, LAM voltou à Fluminense FM, como coordenador.
Ficou
poucos meses, retomando a programação rock da rádio (que antes estava tocando
até New Kids On The Block) sem jamais permitir a retomada do slogan 'Maldita',
que ele acreditava ter que ficar restrito à fase histórica de 1982-1985. LAM
foi sucedido por Ricardo Chantilly, último coordenador da Fluminense FM antes
de seu arrendamento pela rede Jovem Pan FM.
Luiz
Antonio Mello tem uma longa carreira jornalística, em rádio, emissoras de TV (é
famosa sua passagem pela TV Manchete, onde dirigiu o programa “Música”),
jornais, revistas e portais de notícias na Internet. No ano 2000, fez uma web
rádio rock, a Rocknet, criada na época da internet discada, bem antes da banda
larga, o que levou ao fracasso e ao fim da emissora. Recentemente, fez por um
breve período um programa semanal noturno na Fluminense AM 540, até agora sua
última experiência radiofônica. O programa tinha um blogue com este cabeçalho:
“Programa
LAM House da Rádio Fluminense. Comandado por Luiz Antonio Mello (idealizador e
criador da "MALDITA") e participação especial de LACARV, na
consultoria de repertório e comentários. Garantia de uma programação 100%
ROCK´N´ROLL. Toda segunda, terça e sábados, às 23h pela RÁDIO FLUMINENSE 540 AM
e na internet em http://www.ofluminense.com.br. Excelente notícia para os
amantes do ROCK.”
Atualmente,
Luiz Antonio Mello está envolvido em pelo menos três novos projetos: dois
relançamentos de livros e a versão cinematográfica de um deles. Já foi lançada
a versão eletrônica de seu livro “Manual de Sobrevivência na Selva do
Jornalismo”, indicado para profissionais e estudantes interessados na carreira
jornalística. LAM anuncia para 2013 o lançamento da terceira versão de seu
livro A Onda Maldita, que estará completando 20 anos de seu lançamento
juntamente com a passagem de 30 anos do lançamento da própria Maldita.
LAM
vendeu os direitos cinematográficos do livro A Onda Maldita. Um grupo de
cineastas (da Luz Mágica Produções, de Cacá Diegues, Renata Almeida Magalhães,
Tereza Gonzales e Veronica Machado) se encarrega de fazer o filme, que não será
um documentário (ao contrário do curta-metragem A Maldita, filme de 20 minutos
de 2007 dirigido por Tetê Mattos), e sim uma versão romanceada do livro,
misturando elementos verídicos com ficcionais, com direção de Tomas Portella e
roteiro de L.G. Bayão. O filme está em pré-produção. Pode ser que seja lançado
no início de 2013.
Estou
acompanhando os escritos de Luiz Antonio Mello, além de ter começado uma
amizade, mesmo à distância, via redes sociais. Vale a pena manter contato com
esse profissional de comunicação e, acima de tudo, alguém com quem se pode
trocar ideias e aprender coisas realmente importantes. LAM também está
escrevendo um novo blogue, a Coluna do LAM: http://colunadolam.blogspot.com.
Fico
por aqui, desejando todo sucesso para Luiz Antonio Mello. Ele merece.
*Nota do LAM – O amigo era Samuel
Wainer Filho, o Samuca.
** Os produtores Sergio Vasconcellos e
Amaury Santos.
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