Amizades, eleições e a seleção comendada por um espertalhão travestido de idiota

Foi na última eleição para prefeito. Vi dois sujeitos que são amigos baterem boca numa esquina. Motivo: discussão sobre politicagem. Barata. Acabei me metendo na confusão para tentar esfriar e lá pelas tantas disparei algo do tipo “eleições passam, amizades ficam”.
Não adiantou e a coisa caminhava para uma grossa pancadaria. Graças a outros bombeiros (vários) fomos, os três, tomar café numa padaria. Conversamos falamos do peso incomparável de uma amizade perante as coisas da vida. Coisas de uma maneira geral e, em particular, política, eleições.
O curioso é que ambos iam votar no mesmo candidato para prefeito mas a cobra fumou por causa dos vereadores. Um disse que o candidato do outro era um salafrário, as ofensas foram inflamando, viraram xingamento, quase tapas na cara. Coisas da paixão, do estresse, enfim, temas como política e futebol descabelam as pessoas. Alguns se tornam temporariamente insanos e partem para o desatino amplo, geral e irrestrito.
Hoje a política anda tão calhorda que só o mais otário dos otários é capaz de desperdiçar um mililitro de adrenalina defendendo ou atacando seja lá quem for. Afinal, está tudo aí, na cara. Roubalheira, mais indecência, mais loteamento do estado, mais canalhice e nenhuma alternativa, porta de emergência. Nada. O país está na mão de safados e não oferece uma lâmpada, uma vela acesa, uma brasa de sardinha. Sair na porrada por causa desse fétido chorume? 
Se esses dois (que conheço há algum tempo) quase se estapearam mas chegaram a um acordo, em outras eleições lembro que não foi bem assim. Já levei para o hospital gente atingida por bandeira no rosto, isso sem falar de bofetadas, socos, chutes, garrafadas, enfim, os temas apaixonantes (logo burros) tem o poder de nos fazer retornar a condição de primatas. Aí, passa o tempo (as vezes muito tempo) e concluímos que fomos ridículos e, por conta disso, perdemos um, dois, três preciosos amigos.
Nos braços da maturidade ando cada vez mais moderado. Quando você leva literalmente a bandeira de candidatos em quem confia corre o risco de ouvir piadinhas de militantes do outro lado. Felizmente nas campanhas em que participei fui respeitado por todos mas alguns amigos se envolveram em confusão por cair na velha cilada: aceitar provocações. Não, não aceito mais provocações sobre qualquer assunto. Dizem que com o passar do tempo vamos nos tornando mais plácidos. Que bom. Imaginem se fosse o contrário.
Tenho colegas, conhecidos e até amigos que ainda são petistas, mas isso é problema deles, não meu. Assim como ouvi falar que ainda há quem torça para a seleção brasileira de dunga com D minúsculo (de novo) que é a cara do Brasil atual. Dezenas de mercenários fingindo que jogam bola, comandados por um espertalhão travestido de imbecil. Mas isso é outro assunto que me recuso comentar.








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