Que venha a guerra civil, que venha a convulsão institucional

A sexta-feira amanheceu com nuvens escuras. Sei porque cruzei a madrugada em mais uma insônia, daquelas chatas. Em determinado momento resolvi ir até a rua, a padaria, tomar um cafezinho fresco que há anos não sei o que é porque só uso (pouco) solúvel.

Como de hábito, cheguei na calçada e olhei para o céu, digo, o pedaço do céu que a especulação imobiliária e seus prédios de dezenas de andares nos permitem contemplar. Achei que as nuvens escuras eram um sinal de luto pela morte de um amigo, Kika Deccache, uma das figuras mais positivas, festeiras, otimistas, solidárias que conheci. Em seu funeral, amigos filhos, todos se emocionavam ao falar do Kika que agora merece estar nas mãos de Deus.

Tomei o café e umas 6h40m voltei para casa e liguei o computador. Meia hora depois a manchete sobre a convocação de Lula para depor na Polícia Federal. Acessei uma rádio de notícias e havia uma notícia, não confirmada, de que Lula foi levado para a delegacia da Polícia Federal no aeroporto de Congonhas porque de lá iria direto para Curitiba. Era boato.

Pensei nas nuvens escuras. Anúncio de convulsão institucional? Previsão de guerra civil? O que estariam anunciando as nuvens escuras, além da tristeza pelo desaparecimento do Kika?

Além da chuva em algum lugar distante, nada. Nada vezes nada. Infelizmente.

Qualquer movimento que liberte o Brasil do jugo desses ladrões arrogantes, soberbos, invulneráveis, será bem vindo. Que venha a guerra civil, que venha a convulsão institucional. Se for pela liberdade, tudo vale. Até o desejo de Clarice Lispector.

Sem exceções.

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