WhatsApp, um arrombador existencial chato pra cacete
Admito
que sou reservado demais, na minha demais e blá blá blá demais,
entendeu? Não? Vou tentar desfiar o novelo: desde que comecei a
falar sou viciado em notícias, informação. Leio, leio , leio,
ouço, ouço, ouço, assisto, assisto, assisto, bato papo, bato papo,
bato papo. Em compensação a vida alheia não me desperta, sequer,
sintomas básicos de frisson.
O
aplicativo Whatsapp entrou na minha vida pela janela do trabalho. E
para trabalhar é até razoável. E ainda permite falar com amigos que moram
na casa do cacete sem pagar DDI, enfim, não sou mula a ponto de
afirmar que o aplicativo é apenas um estorvo.
De
uns meses para cá decidi dormir com o celular ligado. Nunca dormi bem, minhas noites são como prováveis mini séries de Win Wenders
(que não fez mini série alguma). Mais: desde embrião só tenho
pesadelos. Vários, todas as noites, alguns recorrentes, outros
inéditos. Sonhos lindos, com boa música, belas mulheres, ilhas
paradisíacas? Nunca. Mas o assunto não é esse.
Boto
o celular no criado mudo (que de mudo nada tem), leio e quando estou
para apagar e entrar na primeira parte do meu conturbado sono
(interrompido, em média, 10 vezes por noite), desligo o abajur e
durmo. Ou melhor, dormia. O whatsapp estava me molestando com seus
bips e tremedeiras no meio da noite. Para me livrar do assédio, ao
invés de virar papara o lado, dar aquela suspirada e dormir, antes tenho
que pegar o celular e desabilitar a conexão em wifi. Parece que
resolveu. Parece.
O
problema maior desse aplicativo é ser enxerido. Ele diz onde estou,
a hora, se li mensagens, se não li, passa a malha fina. Ou seja, o aplicativo faz algo
que detesto, detesto, detesto: dar satisfações de minha vida. OK,
fui lá em configurações, detonei tudo o que podia detonar mas
ainda assim, não sei não.
Da
mesma forma que por razões que não cabem, aqui aboli a Apple de
minha vida no ano 2000, quando comprei um iMac muito bonitinho que
parecia uma bolha colorida mas que ficou somente um mês comigo.
Apesar do suporte metido a bom samaritano da Apple, a máquina que
comprei volta e meia congelava tinha que ser desligada na tomada. Quis trocar,
a Apple disse não. Pior: Apple é muito virginiana pro meu gosto,
tudo muito organizadinho demais, muito fashionzinho demais, muito
neuroticozinho demais. Dei o computador de presente e voltei para o
Windows (atualmente estou maravilhado com o Windows 10). Celular?
Viva o Android! Sisteminha esperto, bem humorado, permite esculhambação, desordem, caos, etc. Não vive fantasiado de
escoteiro como o Ios (isola!) do iPhone.
Quanto
ao whatsapp já pensei em desinstalar várias vezes, mas, pelo visto,
os mecanismos de defesa contra a invasão de minha privacidade estão
funcionando. Até quando? Não sei.
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