Comércio em crise: a culpa não é da internet
Só
o decano dos imbecis é capaz de dizer que o comércio vai mal por
outros motivos e não a crise econômica. Afinal, o Brasil foi
estraçalhado, moído, assaltado e não sobrou nada para ninguém. Só
que é bom deixar claro que ainda há quem diga que a internet ajuda
a afogar os negócios das chamadas lojas físicas.
Não
é verdade. Assim como Uber não vai acabar com os táxis
convencionais, em geral movido a grosserias, baixarias e caríssimos
(Uber é muito melhor e quase 50% mais barato na versão Uber X), a
internet não pode ser acusada de assassina do comércio físico.
Ontem,
sábado, precisei comprar uma mesinha para computador. Simples,
banal, light, leve, barata, em torno de 150 pratas. Desde o ano 2000,
90% do que compro é via internet por comodidade, facilidade,
rapidez. No caso da mesinha eu precisava ver pessoalmente, conferir
medidas, cores, etc.
Fui
a um mega shopping caçar a mesinha e logo na primeira loja de uma
grande rede, entrei e havia duas senhoras vendedoras conversando.
Perguntei “boa tarde, procuro uma mesinha para computador...” e
uma delas, que estava sentada, me cortou abruptamente: “Não tem”.
Calmamente, solicitei: “a senhora não retribuiu meu boa tarde e
ainda por cima não sabe se a pergunta era se tem ou não tem”.
Sentava estava, sentada ficou olhando para a minha cara como se eu
fosse um meliante.
Saí
e entrei em outra loja de outra grande rede. Um rapaz com o cabelo a
la Neymar (mau sinal) estava encostado numa vitrine. Dei boa tarde e
ele “armário é lá atrás”. Começando a esquentar, mas falando
baixo, rebati “porra, não é armário é mesa”. E ele, “também
é lá atrás”. Fui “lá atrás” e um outro, também sem
responder o meu boa tarde, filosofou: “quando um produto entra no
site da loja é que já não está mais a venda aqui”. Não
entendi, mas saí.
Coice,
coice, coice. Foi o que levei em outras lojas por uma legião de
pessoas mal educadas, mal informadas, inúteis, parasitas, que
certamente ocupam a vaga de gente mais preparada que está disposta a
vencer a crise. O ápice de minha turnê foi quando um sujeito me
disse “é melhor o senhor comprar no site”. Joguei a toalha.
Depois
de três horas de peregrinação, voltei para casa. Em menos de 10
minutos comprei uma super mesinha, escolhi cor, forma de pagamento,
tipo de frete, acessei o manual, e...o site me deu boa tarde.
É
dose.
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