Reclamar não vai livrar o Brasil do aquecimento global
Estou
farto de ouvir (e ler) gente reclamando do Brasil nesse calorão, em
especial dos pequenos burgueses que dizem preferir morar na Europa,
Ásia e América do Norte do que “nessa pocilga”, como escreveu
um sujeito no Facebook. Fui lá e comentei: “pegue um avião e
suma, meu chapa. Reclamar não resolve e esse papo de pequeno-burguês
mal resolvido não leva a nada”. O cara não rebateu.
É
evidente que esse calor não é normal e, com certeza absoluta, a
lambança dos desgovernos (federal, estaduais, municipais) é a
principal vilã desse aquecimento estúpido. Afinal, pelo menos nos
últimos 20 anos, esses desgovernos desmataram (ou deixaram desmatar)
como nunca, não investiram nada em política ambiental, enfim, se a
coisa chegou a esse ponto é porque os desgovernos assim quiseram.
Desgovernos eleitos pela maioria, diga-se de passagem.
Não
foi por falta de aviso. Ambientalistas sérios já vem alertando há
mais de 40 anos que a canoa ia virar, que as reservas ambientais do
Brasil estavam no limite e que se providências sérias não fossem
tomadas, em caráter de urgência, o país ia cair nos braços do
implacável aquecimento global. Não deu outra.
Tempos
atrás um ministro (?) das minas e energia chegou para toda a
imprensa e disse que o risco de uma crise no abastecimento de energia
elétrica no ano passado e “é zero”. No dia seguinte quase
metade do país sofreu um apagão, causado pela crise no
abastecimento e pela incompetência dele, ministro.
Alguns
técnicos chegaram a sugerir que o governo fizesse um racionamento de
energia para nos livrar do colapso, mas, como se sabe, a então
presidente, do alto de sua onipotência, prepotência e arrogância
não teve a humildade de ouvir os técnicos. Conclusão: a conta
chegou.
Quem
pagou? Nós. Colegas dizem que o humor daquela senhora estava mais
baixo do que os reservatórios de água, mas a essas alturas sair
distribuindo coices não resolveria nada.
Ainda
assim, fico no Brasil, país onde nasci e escolhi para viver. Mesmo
diante dessa atrocidade (esse governo que está aí é um crime sob
todos os aspectos) vou brigar pelo país aqui dentro e não aturo
mais esse geme-geme da pequena burguesia que ameaça ir embora como
se todos nós fôssemos para os aeroportos gritar “fiquem”
“fiquem!” fiquem!”. Ora, se querem ir, arranjem uma boa grana e
tchau, agora torrar nossa paciência dizendo que o Brasil é cloaca,
inferno e outras definições quase impublicáveis é o caso de
responder perguntando: “você vota nas hienas e agora quer cair
fora?”.