Armas
Melhor
depôr as armas.
Telefonei
e expliquei que o boleto não havia chegado. Mal humorada
(segunda-feira é um péssimo dia para que não gosta do que faz),
ela cortou. “Nós enviamos o boleto”. Corte. “Estou informando
que não recebi e não que a senhora não enviou.”. Entendeu.
“Enviaremos uma segunda via”.
O
PM mandou encostar. “Documentos”. Na sequência.“Mostre o IPVA
pago”. Saio do carro. O PM afirma que “o senhor estava em alta
velocidade”. Não havia nenhum radar, mas optei por não
questionar. “Sim, estava rápido sim”, disse. O PM explicou que
“pode dar multa e tirar pontos da carteira”. Concordei. Perguntou
“o senhor está com alguma urgência?”. Respondi, “Não
senhor”. “Por que essa velocidade?”, ele quis saber. “Não
sei”, respondi. “Pode ir embora, mas na próxima vez vou mandar
rebocar”.
Chamei
o garçom. O ar condicionado do restaurante está fraco. “Vou
olhar”, ele disse. Voltou dizendo que estava normal. Agradeci,
levantei e saí. Almocei em outro lugar.
O
flanelinha me mandou dar a volta por trás do carro que ele estava
achacando. O carro dava ré e poderia me atingir. Ignorei. O
flanelinha gritou “ei!, porra!” O cara do carro o esculacha: “ele
está certo. A preferência é do pedestre”. Saí, voltei e havia
confusão. Polícia inclusive. O flanelinha teria chutado o
cachorrinho de uma menina de 12 anos. Na pequena multidão ouvi
alguém dizer “dá vontade de passar fogo nessa bandidagem”. Por
desacato, o flanelinha levou cacetadas na bunda e foi levado para a
delegacia.
O
mico atravessava a praça no alto de uma árvore. Um homem me diz
“tem que matar, isso transmite febre amarela”. Não respondi. Uma
senhora ao lado rebateu: “não, meu senhor, os macacos não
transmitem eles só contraem a doença”. Grosseiro, o homem
disparou: “a senhora é médica?”. Não, eu leio jornal.
Na
fila do posto de saúde o homem tenta falar com o médico: “doutor,
doutor!”. Espere a sua vez, respondeu, azedo, o médico. O homem
esperou alguns minutos e voltou a chamar. “Fique no lugar e não me
atrapalhe”, respondeu, mal humorado, o médico. Chegou a vez do
homem da fila. O médico pergunta, “o que o senhor queria falar?”.
O homem pergunta “o senhor chegou naquele Honda prata mais cedo?”.
O médico, “sim, e daí”? . É que estavam roubando o carro e eu
tentei te avisar, mas agora é tarde.
Melhor
depôr as armas. As coisas se resolvem de qualquer maneira.