O Filme da Minha Vida

                                                                               
                                                                             


Fui assistir pela segunda vez a obra prima de Selton Mello, com minha sobrinha Catherine Beranger, atriz profissional que se prepara para fazer faculdade de Cinema, sua grande paixão desde a infância. “O Filme de Minha Vida” é um diamante, uma preciosidade banhada de amor profundo, afeto em estado bruto, encontros, desencontros, uma aula de roteiro de cinema (o próprio Selton assina com Marcelo Vindicatto) o banho de fotografia de Walter Carvalho, trilha sonora inesperada e bela e, claro, a magistral atuação do elenco.

Raramente chamo alguém de gênio para não vulgarizar a expressão, mas o Selton é um deles. “O Filme da Minha Vida” nos joga numa trama suave, lírica, com traços e simbolismos ancorados pelo trem que, a meu ver, nos conecta ao nosso curso existencial. Com início, com meio e...ninguém sabe ou pode responder sobre o fim.

Bons filmes são terapeuticos, mas esse vai muito além. Percebi que todo mundo sai do cinema flutuando como se realmente a mensagem se transforma em possibilidades de melhorarmos nossa existência. Por que não? Os relógios, que sempre marcam meia noite (ou meio dia) e pouco são um enigma delicioso, assim como a conexão inconsciente (?) com o clássico hollywoodiano “Rio Vermelho” (1948), de Howard Hawks, estrelado por John Wayne, Joanne Dru, Montgomery Clift e outros grandes nomes.

Outra ótima lembrança de “O Filme de Minha Vida” é mostrar que aquele Brasil retratado na história existe, e vai muito bem obrigado. E quando ganhou de presente o argumento do filme do escritor chileno Antonio Skármeta, autor também do clássico “O Carteiro e o Poeta” (ele faz uma participação especial como Esteban) Selton se enche de paixão pela história. E destemidamente atira toda essa paixão na telona.

O que senti a bordo do filme foi uma inundação de emoções positivas, como as que me banharam quando assisti (também duas vezes) o mágico “Chuvas de Verão” (1977),de Cacá Diegues e “1900” (1976) de Bernardo Bertolucci. “O Filma da Minha Vida” faz muito bem a saúde e nos enche de orgulho do cinema brasileiro.

Direção – Selton Mello
Produção -Carlos Diegues, Vânia Catani, Leonardo Eddeo, Laise Nascimento
Direção de fotografia e Cinematografia – Walter Carvalho

Elenco:

Johnny Massaro como Tony Terranova

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