Poderia ter sido diferente?
Até
os livrotes vagabundos tricotam freneticamente sobre o renascimento
de nações que foram dizimadas por guerras. Inglaterra, Alemanha,
Itália, China, Japão. A Coreia do Sul, depois de ser destruída nos
anos 50/60, passou todo mundo e hoje é o país-modelo em educação.
Se
o Brasil tivesse encarado guerras teria sido? Sabem a antiga teoria
psicanalítica de que o ser humano só cresce com dor, sob tensa e
intensa crise? Ela se aplica a nações? O Vietnã viveu em guerra de
1910 a 1975. Japão invadiu, França invadiu, Estados Unidos
invadiram. Só na guerra contra os Estados Unidos morreram 1 milhão
e 500 mil vietnamitas que, em nenhum momento, largaram o osso. Foram
até o fim e botaram os americanos pra fora com memoráveis chutes na
bunda. Hoje o Vietnã já é quase um “tigre asiático”.
Parto
de um princípio de que a culpa não é de quem faz, mas de quem
deixa fazer. Exemplo: se puserem um caixa eletrônico em cima da
Pedra do Arpoador a culpa será do banco ou da prefeitura? A
passividade popular homologa os desvios. As eleições sacramentam.
Em outras palavras, qualquer pau de enchente que esteja no poder num
regime democrático, o aval (culpa) é nosso.
Não
vou citar exemplos de outros países que venceram o
arbítrio/corrupção/canalhice porque todos (sem exceção) usaram a
truculência. Mussolini foi pendurado de cabeça para baixo num
poste, americanos jogaram coquetéis molotov em postos de gasolina
que aumentaram preços no crash de 1929, enfim, não encontro um
exemplo de vitória popular que não passe pela luta.
Não
estou defendendo ninguém e muito menos atacando. O que a História
nos conta é que por não coincidência os povos regidos por
fanatismos religiosos são os mais manipulados. Os povos da Índia e
África, em sua maioria, são hordas de mortos-vivos dopados por
crenças fanáticas que não deixam enxergar que os seus governos
roubam, matam, achacam, em nome desse mesmo fanatismo. E Deus não
tem nada a ver com isso.
Não
tenho lastro teológico suficiente para afirmar que Deus discorda do
fanatismo religioso, mas tenho o direito de supor que Ele não
concorda. Fanatismo paralisa, enlouquece, dopa. Fanatismo quando
decreta que orelhão é sagrado os seguidores batem palmas quando o
Estado não instala orelhão nenhum.
Fanatismo
quando determina que peixe é sagrado seus seguidores autorizam o
Estado a não investir nada em indústria pesqueira. Mao Tse Tung
radicalizou quando sentenciou que “a religião é o ópio do povo”.
Em alguns casos, a religião manipulada, mais do que o ópio, é pior
do que heroína.
Por
que nós, brasileiros, somos tão submissos e cordatos? Faltou
guerra? Faltou o olhar do invasor dentro da nossa casa citando Renato
Russo : “eu sou a sua morte/ vim de fazer companhia”? De vez em
quando vejo carros com adesivos “Basta isso”, “Basta aquilo”.
Bastar como? Como se “basta” a lambança? Como se basta o
arbítrio, a corrupção, tráfico de vidas?
Fato
é que a gemedeira e a vitimologia continuam por aí. Continuamos
pagando a tal taxa de “assinatura” dos telefones, engolindo o
“matematicalogismo” que aumenta planos de saúde, mais casa,
comida, roupa lavada e corrupção de parlamentares. Qual é o
critério? A submissão? Qual é a saída?
Quem
é o inimigo? Quem é você?